PARQUE DESPORTIVO DE RAMALDE, PORTO

O Parque Desportivo de Ramalde localiza-se no coração da Unidade Residencial de Ramalde e compreende na sua totalidade uma área de 55.100,00 m2. Foi projetado inicialmente entre 1952 e 1960, por Fernando Távora, no contexto do projeto geral da Unidade Residencial de Ramalde, promovido, pela Federação das Caixas de Previdência, ocupando uma área a norte da Avenida da Boavista.
O projeto inicial sofreu alterações promovidas pela FNAT (Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho), sendo que, dos equipamentos desportivos pensados, somente o campo de futebol, com pista de atletismo e os campos de ténis foram edificados. A inauguração do estádio ocorreu em 1969.
As áreas a norte e sul deste núcleo central permaneceram expectantes durante vários anos, embora tenha sido levada a cabo a operação topográfica para a criação de área de atletismo a norte.
Dentro do recinto do Parque, a área de intervenção do projeto compreende-se na metade norte do Parque Desportivo, visando a construção de: um novo campo para as práticas de râguebi e futebol; um novo edifício de apoio com balneários e bancada de coberta; um novo recinto para práticas de atletismo ao nível de lançamentos do peso, martelo e dardo; e uma nova área para o tiro ao arco.
A implantação do novo campo de jogos é estruturante da operação a realizar neste setor do Parque Desportivo, devido à sua dimensão e exigências funcionais. Em torno do novo campo foram dispostas as restantes áreas que fazem parte do programa.
O novo campo de râguebi e futebol, pressupõe o rebaixamento da terraplenagem existente, tornando-a a complanar com o nível do portão da portaria, tendo sido pensada em articulação com a implantação da nova bancada coberta e áreas de balneário e apoio previstas.
Este novo edifício, a ser construído em betão à vista, constitui-se como uma topografia artificial, uma vez que o seu topo superior, surge amarrado à cota do terreno no ponto mais alto. O desenvolvimento topográfico da área envolvente, permite revelar o edifício até no topo sul, onde se localiza o ingresso ao seu interior, em associação com o bar, o qual se abre para a zona do alpendre de entrada. Sobre este edifício foi disposta a cobertura das novas bancadas, tangentes ao retângulo de jogos.
No interior deste edifício, foram integradas várias áreas funcionais, tais como 5 balneários e quatro salas multiusos abertas entre si. O edifício integra ainda de áreas administrativas, posto médico e instalações sanitárias.  As áreas funcionais, são organizadas em torno de um átrio resultante da articulação geométrica do conjunto.
A estrutura de suporte da cobertura da bancada é em betão armado, de grande simplicidade, sendo constituída por uma espinha dorsal, integrada numa viga pré-esforçada continua, suportada por pilares, distanciados cerca de 15 metros entre si. Neste sentido o conjunto sugere um pavilhão de inverno discreto e em estreita harmonia com a envolvente e com o arvoredo, contribuindo para uma serenidade apaziguadora das ruturas que o tempo acabou por consolidar no local.

Arquitetura Paulo Tormenta Pinto
Colaboração Rosa Maria Bastos, João Maria Costa
Hidráulica Jorge Pinhero/ BETAR, Lda
Estruturas Miguel Villar e Paulo Mendonça/ BETAR, Lda
AVAC Inês Silva
Eletricidade e Telecomunicações Daniel Moreira
Projeto/ Construção 2019 / –
Fotografia (renders) Maria de Novais